A casa dos meus pais em Illinois nunca pareceu tão silenciosa.
O mesmo jardim, o mesmo cheiro de café forte logo cedo, o mesmo relógio na parede da cozinha marcando as horas devagar demais.
Mas nada em mim era mais o mesmo.
O tempo ali passava de um jeito estranho como se tudo que eu tentasse fazer fosse apenas uma distração pra não pensar nele.
E falhar em não pensar nele era o que eu mais fazia.
Abri o laptop pela quinta vez naquela manhã, encarei os e-mails acumulados da Bennet Crown e fechei tudo de novo.
Não tinha energia pra relatórios, números, nem pra decisões estratégicas.
A Eliza tinha insistido pra que eu descansasse, e por mais que eu quisesse provar que estava bem, eu não estava.
Passei os dedos pelo rosto, sentindo a textura da base — maquiagem demais pra uma manhã comum.
Fazia dias que eu tentava disfarçar o cansaço, como se esconder o que estava por dentro fosse o mesmo que controlar.
Mas o que eu carregava agora não podia ser maquiado.
O segredo queimava co