A máscara preta de veludo cobria metade do meu rosto, mas não o suficiente para esconder o que eu estava sentindo. Ou pensando. Porque enquanto os flashes se multiplicavam, os brindes tilintavam e a elite se cumprimentava com falsas reverências… meus olhos estavam nela.
Eliza.
O vestido azul petróleo brilhante como uma provocação. A fenda, o decote, o brilho na medida exata entre o poder e o perigo. Não era vulgar, nunca seria. Era estratégia pura. Escolhido milimetricamente para atravessar qualquer um que ousasse desviar o olhar. Inclusive eu.
E eu não desviava.
Acompanhei com os olhos o momento em que ela foi cercada por um grupo de investidores europeus. Ela sorria. Um sorriso que não era só charme era controle. Um aviso. “Estou aqui. E não preciso de ninguém.”
Sophie andava ao lado dela, mas era só isso. Nenhum homem ao braço. Nenhuma figura para reforçar o poder. Porque ela era o poder.
A modelo ao meu lado, importada às pressas por agências que prometem distrações caras, tentava