Eu estava com dor de cabeça. O tipo de dor que não vinha de noites mal dormidas, mas de guerras sutis e olhares atravessados. Tinha passado a manhã inteira tentando organizar a papelada da reunião da Crown para o fim do dia, mas a presença do meu pai pairava por todo o prédio como uma sombra de autoridade.
Sophie tinha saído para resolver algo no departamento jurídico. Eu aproveitei o silêncio da sala para levantar, pegar um café e respirar um pouco fora do ar condicionado. Foi quando abri a porta do meu escritório e quase trombei com ele.
— O que você tá fazendo aqui? — perguntei, gelada, dando um passo para trás.
Nathaniel.
Terno impecável, olhos semicerrados. Mas era a tensão que mais me atingia — o tipo de energia que você sente antes mesmo de ouvir a voz.
— Engraçado… — ele rebateu, com aquele tom controlado que sempre me irritava. — Você acha que pode entrar na minha empresa, criar uma tempestade no conselho e sair como se nada fosse… Mas eu não posso pôr os pés na Bennet?
— Iss