Nathaniel não disfarçava mais a raiva.
Estava estampada no maxilar travado, nos punhos cerrados sobre a mesa, nos olhos em chamas que não desviavam dos meus. Eu o conhecia bem o suficiente para entender que aquilo não era só irritação. Era frustração, era orgulho ferido. Era medo também — de me perder de vez, de perder o controle sobre algo que, talvez, nunca tivesse realmente possuído.
— Você quer me destruir? — ele disse, quase entre dentes.
Cruzei os braços com calma.
— Se eu quisesse destruir você, Nathaniel, já teria feito. — Inclinei um pouco o rosto. — O que eu quero é justiça. Transparência. E, sim, a parte que me cabe.
Ele levantou da cadeira como se algo dentro dele tivesse estourado. A presença dele parecia maior naquele instante, como se estivesse tentando se impor sobre mim com pura intensidade. Mas eu não recuei. Eu não sou mais aquela mulher que ele conheceu. E isso doía nele mais do que qualquer golpe jurídico.
— Você não tem ideia do que está fazendo.
— Tenho,