O primeiro som que ouvi foi o chilrear insistente dos pássaros. Depois, o leve estalar dos galhos ao vento. E, por fim, o suave som da respiração de Bennet atrás de mim.
Ainda estávamos no tapete da sala.
Meus olhos se abriram devagar, como se minha alma quisesse continuar por mais tempo naquele espaço onde a realidade parecia não existir. A manta que Bennet havia estendido sobre nós mal cobria meus ombros nus, mas seu corpo colado ao meu era o suficiente para manter o calor, e me lembrar de tudo.
Meu corpo doía em lugares bons. Lembranças físicas da noite anterior me percorriam como eletricidade sutil, pulsando devagar. Minha pele ainda ardia onde seus lábios haviam tocado, e meu coração batia em um ritmo diferente. Mais calmo, mais pleno… mais confuso.
ㅡ Já está acordada? ㅡ sua voz veio rouca, densa, carregada da manhã e de significados que não precisavam ser ditos.
Sorri. Não respondi de imediato. Apenas fechei os olhos por mais um segundo e senti sua mão deslizar por minha cintura