Assim que nos veem, Mamadi se levanta com rapidez, quase tropeçando nos próprios pés. Seus olhos grandes, inquietos, se arregalam com expectativa.
— Como ela está? Já posso vê-la? — pergunta sem rodeios, as mãos cruzadas contra o peito como se segurassem o próprio coração.
— Ela está bem, Mamadi — respondo, tentando oferecer um sorriso que não sei onde encontrar.
Ela solta um suspiro profundo, como quem volta a respirar depois de muito tempo.
Mas Baldi permanece sentado, a expressão tão imóvel quanto uma estátua.
— Então por que ainda não nos deixaram vê-la? — sua voz grave ecoa pelo salão vazio, carregada de algo que beira a acusação.
— Vocês poderão entrar assim que o horário de visitas começar, Baldi. — tento manter a voz calma, conciliadora. — Só um pouco mais de paciência, por favor.
— Paciência? — Mamadi estoura, com os olhos faiscando. — Estamos sendo pacientes demais! Dias inteiros aqui fora, enquanto aquele estrangeiro entra e sai do quarto da nossa neta como se fosse um pare