Amélia
O sol do fim da tarde invadia o pequeno quarto de Amélia através das frestas da janela. As paredes do reformatório continuavam as mesmas: cinzentas, frias, silenciosas — como se o tempo não passasse ali dentro. Mas dentro dela, tudo mudara.
Ela não era mais aquela garota assustada, sem família, desesperada para achar seu lugar no mundo.
Embora ela se sentisse forte ,a falta de Maxin lhe consumia.
Estava sentada na cama, os joelhos abraçados, encarando o celular em silêncio quando o aparelho vibrou. Era Laís.
Seu coração pulou. Atendeu imediatamente.
— Alô? Laís?
— Amélia! — a voz da amiga vinha trêmula, mas viva. — Está tudo bem aí?
— Sim, sim… por quê?
— A mansão… ela foi atacada ontem à noite. Um ataque armado. Homens mascarados. Estavam tentando matar o Maxin. A gente reagiu. Foi horrível.
O mundo de Amélia parou.
O medo lhe atinge como uma bomba.
— O quê?! Alguém se feriu? Vocês estão bem?
— Alguns dos nossos se machucaram, mas nada grave. O Nikolai levou um tiro d