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Lais
O sol da manhã iluminava o pequeno alojamento, atravessando a cortina fina e projetando formas suaves no chão de madeira. Laís havia saído cedo para buscar pão e frutas no mercadinho da esquina, pensando em preparar um café simples para ela e Amélia. Carregava duas sacolas e um litro de suco barato, cantarolando baixo. Mas tudo mudou assim que empurrou a porta.
Parou na entrada.
A jaqueta masculina jogada no encosto da cadeira.
As botas pretas junto à cama.
E a imagem que nunca esqueceria: Maxin Sokolov dormindo na cama de Amélia, de costas para a porta, com os braços ao redor do corpo nu da amiga, que dormia serena, como se o mundo não estivesse desabando.
Laís ficou ali parada, petrificada, o coração acelerando de puro pavor.
— Não, não, não... — murmurou, largando as sacolas no chão sem fazer barulho.
Ela virou as costas e saiu quase correndo, totalmente em choque com a sena.
O homem mais perigoso da Rússia havia invadido, outra vez, o único lugar onde elas deveriam esta