A manhã do encontro com Antenor Bastos transformou o pequeno apartamento no Brás em um camarim de teatro. A missão, pela primeira vez, não dependia da furtividade de Gabriel, mas da performance de Lara e Marina. O ar estava carregado de um tipo diferente de tensão, a ansiedade de atores antes de subirem ao palco para a peça de suas vidas.
Marina havia retornado no dia anterior de sua incursão ao Shopping Cidade Jardim com um arsenal de luxo. Sacolas de grifes cujos nomes ela mal conseguia pronunciar, caixas de sapatos com saltos vertiginosos, e pequenas bolsas de veludo contendo joias discretas, mas inegavelmente caras.
— Eu me senti a maior fraude do planeta — confessou Marina, enquanto espalhava as compras sobre a cama. — A vendedora da Chanel me olhou como se eu fosse um inseto. Mas quando eu joguei o cartão de crédito corporativo que o Gabriel me deu, o sorriso dela quase rasgou o rosto.
Lara, a diretora daquela peça, assumiu o controle.
— É exatamente esse o sentimento que querem