A manhã de sexta-feira na suíte de luxo do Guarujá não trouxe alívio. O sol que entrava pela varanda parecia pálido, e o som do mar, que um dia fora calmante, agora soava como a respiração de um monstro adormecido. Ninguém dormira. A imagem do homem desaparecendo na escuridão do oceano e o eco de sua queda estavam gravados na mente de todos. Eles haviam enviado a mensagem anônima, a sua pequena bomba de áudio, para os sócios de Fournier. Agora, só lhes restava esperar pelas ondas de choque.
O silêncio no quarto era denso. Marina preparava xícara atrás de xícara de café, a necessidade de fazer algo, qualquer coisa, a mantendo sã. Lara estava sentada no chão da varanda, um caderno de desenho no colo, mas em vez de paisagens, ela rabiscava formas escuras e angulares, imagens de medo e confinamento. Gabriel estava em frente ao seu laptop, os olhos varrendo colunas de números e gráficos em sites de notícias financeiras.
— Nós nos tornamos eles, não é? — a voz de Marina quebrou o silêncio,