Elana Kingsley sempre sonhou em ser escritora, mas a vida real nunca foi generosa com ela. Depois de uma série de decepções, ela se vê sozinha em Nova Iorque, agarrando-se aos poucos fragmentos de esperança que ainda lhe restam. Entre cartas nunca enviadas ao seu primeiro amor e rascunhos de romances engavetados, Elana tenta sobreviver às sombras do passado. Contudo, em um ato impulsivo regado a vinho e lágrimas, ela compartilha nas redes sociais um vídeo íntimo de suas cartas antigas, sem imaginar que, em poucas horas, seu vídeo se tornaria viral e transformaria sua vida. O inesperado sucesso chama a atenção da prestigiada Editora Buzzy, cujo CEO é ninguém menos que Gabriel, o melhor amigo e primeiro amor secreto que ela abandonou e sem despedidas, há quinze anos. Frio, ressentido e agora irremediavelmente profissional, Gabriel parece disposto a tratá-la apenas como mais um contrato. Mas quando antigas emoções ressurgem e Gabriel passa a ocupar mais do que as reuniões de negócios, Elana se vê dividida entre o medo de reviver as dores do passado e a tentadora possibilidade de reescrever sua história. Ao lado dele, desta vez.
Ler mais[uma semana depois] — Em todos os lugares, senhor Hastings. Nenhum sinal da senhora Hastings. Gabriel bate as duas mãos na mesa, indignado. — Não pode ser. — ele diz. — Giana não pode simplesmente ter desaparecido. Jacques, amigo de Gabriel e detetive particular, suspira do outro lado da ligação. — Minha equipe a procurou em todos os lugares que ela costuma frequentar, mas ninguém a vê há uma semana. — Vocês perguntaram àquela Lara? A amante dela. — Sim. — Jacques confirma, frustrado. — Ela jura de pés juntos, que não vê Giana há semanas. Gabriel passou a mão pelo rosto, sentindo o peso da situação. A possibilidade de Giana estar mentindo sobre a gravidez já o atormentava, mas agora, com seu desaparecimento, a dúvida se misturava a uma crescente inquietação. Ele precisava de respostas, não só para si, mas para proteger o futuro que estava tentando construir com Elana. — Jacques, continua procurando. — disse, a voz ganhando um tom de determinação. — Amplia a busca, verifica
Isabella parou abruptamente, os olhos arregalados, a boca entreaberta em choque. — Grávida? — repetiu, a voz subindo uma oitava. — Tipo, grávida do Gabriel? Ela está falando sério? Elana deu de ombros, o cansaço evidente em sua postura. — Ele não sabe. Ela disse que está de três meses e que ele não vai ter contato com o bebê. Mas… quem sabe se é verdade? Ela jogou isso na cara dele e saiu correndo. — Ela balançou a cabeça, a voz ganhando um tom de frustração. — Eu só… eu só quero chegar em casa e tentar não pensar nisso. Isabella retomou o passo, ainda processando a notícia. — Nossa, que mulherzinha! — exclamou, incapaz de segurar a língua. — Aparecer do nada, soltar uma dessas e sair de fininho? Isso é jogo baixo, Elana. Ela está tentando mexer com a cabeça dele, com a sua cabeça. Não deixa isso te abalar. Elana esboçou um sorriso fraco, grata pela energia de Isabella, mesmo que não conseguisse compartilhar do mesmo fervor. — Eu estou tentando, Isa. Mas é difícil. Ele está
Elana desviou o olhar por um momento, as emoções girando dentro dela; choque, insegurança, medo. Mas então ela respirou fundo, endireitando os ombros, e olhou de volta para ele. — Isso… isso é muito, Gabriel. — disse, a voz firme, apesar do tremor. — Mas eu não vou te deixar enfrentar isso sozinho. Se é seu filho, você tem que estar na vida dele. E se a Giana está tentando te afastar… a gente vai lutar contra isso. Juntos. Gabriel sentiu um nó se desfazer em seu peito, o alívio misturado à admiração por ela. — Você… você está falando sério? — perguntou, a voz carregada de emoção. — Porque isso pode complicar tudo, Elana. Tudo o que a gente sonhou… Ela deu um passo à frente, pegando a mão dele, os olhos brilhando com determinação. — Eu sei. — disse, apertando a mão dele com firmeza. — Mas o que a gente tem é real. E se é para construir algo, vai ser com tudo isso incluído. A gente vai descobrir como lidar com isso, Gabriel. Ele puxou-a para um abraço, o coração ainda pesado, m
Clarisse, que escutou o barulho do carro se afastando, aproximou-se com passos cuidadosos, o rosto marcado por preocupação. — Gabriel, meu filho... — chamou, a voz suave. — O que aconteceu? O que ela te disse? Ele balançou a cabeça, a garganta apertada, incapaz de responder de imediato. — Ela… — começou, mas a voz falhou. Ele respirou fundo, tentando novamente. — Giana disse está grávida, mãe. Três meses. E ela que… que eu não vou ter contato com o bebê. Clarisse arregalou os olhos, a mão instintivamente cobrindo a boca. — Meu Deus — murmurou, processando a notícia. Ela colocou a mão no ombro dele, apertando com gentileza. — Isso é… é uma coisa séria, Gabriel. Mas você não pode deixá-la decidir isso sozinha. Se é seu filho, você tem direitos, responsabilidades. E… — ela hesitou, os olhos buscando os dele — você precisa contar para Elana. Agora. Gabriel desviou o olhar, o peso das palavras de Clarisse somando-se ao caos em sua mente. — Eu sei — murmurou, a voz rouca. — Mas co
Giana enxugou as lágrimas com um gesto brusco, os olhos ainda fixos nele. — Por que não me contou isso antes? — perguntou, a voz tremendo. — Por que me deixou acreditar que tínhamos uma chance, que eu era suficiente? Gabriel baixou a cabeça por um momento, a culpa evidente em sua expressão. — Porque eu não tinha coragem de enfrentar a verdade. — admitiu. — E porque eu queria que nosso casamento desse certo, mesmo sabendo, lá no fundo, que algo sempre esteve faltando. Mas agora… agora eu não posso mais viver assim. Você merece alguém que te ame completamente, Giana, e eu… eu quero isso com a Elana. Giana deixou escapar um riso amargo, balançando a cabeça. — Que conveniente — disse, a voz fria, apesar das lágrimas. — Você descobre seu grande amor de adolescência e eu fico com os restos do nosso casamento. Gabriel franziu a testa, a paciência começando a se esgotar. — Para com essas lamentações, Giana. — disse, a voz agora mais firme, cortante. — Você assumiu que amava sua amant
Elana forçou um sorriso, mas a inquietação permanecia. — Não sei. — admitiu, a voz baixa. — Não sabia que ela ainda estava tão… presa a ele. Clarisse voltou para a mesa, o rosto marcado por cansaço. — Desculpem-me por isso, meninas. — disse, sentando-se com um suspiro. — Giana sempre teve um temperamento forte, mas isso foi demais. — Ela olhou para Elana, os olhos suavizando. — Querida, não deixa isso te abalar. Meu filho fez a escolha dele, e é com você que ele quer estar. Elana assentiu, grata pelas palavras, mas seus pensamentos estavam na varanda, imaginando o que Giana poderia dizer para tentar mudar a decisão de Gabriel. [...]A varanda da casa de Clarisse estava mergulhada na penumbra, iluminada apenas pelo brilho tênue de um poste de rua e pela luz suave que vazava pelas janelas. O ar fresco trazia o aroma de grama úmida, mas a tensão entre Gabriel e Giana tornava o ambiente quase sufocante, como se o próprio tempo hesitasse em avançar. Giana, de costas para a rua, man
Último capítulo