Quando prazer e perigo dividem o mesmo corpo
Isabella Conti Ferraz
As luzes vermelhas da rua piscavam pela cortina mal fechada do motel barato. O cheiro de cigarro misturado com perfume doce grudava na pele, mas eu não ligava. Não importava onde, não importava como. O que importava era ele.
E a notícia que eu precisava contar.
Entrei no quarto com um sorriso que não cabia no rosto. Meus saltos batiam no chão de azulejo gasto, mas cada passo era de ansiedade, não de insegurança. Eu sabia o que vinha a seguir. Sabia como ele gostava de me receber. E eu já estava molhada só de imaginar.
Ele estava sentado na beira da cama, camisa aberta, calça meio solta. O olhar predador que me devorava sempre me deixava menor e maior ao mesmo tempo.
— Até que enfim, vadia. — a voz dele veio grave, arrastada, e o pau já estava duro na mão. — Vem cá e mostra que a sua boca só serve pra isso.
Um arrepio percorreu minha espinha. Eu amava ser chamada assim.
— Sim, senhor. — sussurrei, ajoelhando de imediato