Quando o amor é sequestrado pelo poder
LEONARDO CASSANI
O relógio marcava quase dez horas da manhã. Eu ainda estava trancado na minha sala, mas o celular continuava mudo. Nenhuma mensagem da Norman. Nenhuma resposta. O peso desse silêncio me corroía por dentro.
Foi então que Isabella entrou sem pedir.
— Lorenzo… — sua voz arrastada me atingiu como unha no vidro. — O que está acontecendo com você? A gente não sai mais, você não me procura, não me toca…
Levantei os olhos devagar, mas não respondi.
— Você acha que eu não percebo? — ela insistiu, se aproximando. — Eu sei que tem alguma coisa errada. Eu sou sua esposa, Lorenzo. Tenho o direito de saber.
Meu corpo inteiro endureceu. O som da voz dela me fazia ferver por dentro. O ar da sala parecia pesado, carregado.
— Isabella… — respirei fundo, tentando controlar a raiva. — Agora não.
Mas ela não calou.
— É por causa daquela mulher, não é? — ela cravou, a voz subindo. — É por causa da Norman? O que tem nela que eu não tenho? Você acha qu