Quando a vingança tem gosto de ódio e corpo de mulher.
A lua está baixa sobre o oceano, uma lâmina pálida que risca o mar em brilho. A ilha é um ponto branco num mapa de silêncio — bangalôs sobre a água, palmeiras que sussurram, a vida que Amaro e Noêmia construíram em dobro: paz, luxo e—até então—impunidade.
Do outro lado do mundo, Vittório Bianchi não dorme. Restaram-lhe poucos fios de poder, e cada fio ele puxa com violência. Fabri é o que sobrou: um rosto que sabe mentir, negociar e trair quando necessário. Ele sobreviveu, ferido no corpo e no orgulho, e tem agora uma missão: encontrar o casal que humilhou o rei. Os drones não falham quando a obsessão dá combustível aos meios. Em imagens térmicas, um pontinho quente rompe o azul do oceano — dois pontos. Maldivas. Coordenadas. Fabri sorri junto com a sede de sangue do patrão.
Vittório parte naquela mesma noite. Não espera cortejos nem discursos. Parte com o ódio no colete, a pistola no coldre e a cara de quem quer arrancar a últim