— Terminar isso de forma civilizada? — Lúcio riu com desprezo. — Você só pode estar louca. É porque eu não tenho te satisfeito ultimamente? Está se sentindo sozinha? Fazendo essa cena toda só para chamar minha atenção e me fazer te amar mais? Tudo bem, vou te satisfazer agora. Mas não reclame amanhã se não conseguir sair da cama.
Assim que terminou de falar, Lúcio começou a rasgar minhas roupas. Seus beijos quentes caíam sobre meu corpo sem pausa. Tentei lutar contra ele com todas as minhas forças, mas Lúcio me segurou ainda mais firme e começou a puxar minha calça.
Quando percebi que ele estava prestes a me forçar, entrei em pânico. Lutando desesperadamente, consegui libertar uma das mãos e, sem hesitar, dei um tapa forte em seu rosto. Aproveitei o momento em que ele ficou atordoado e empurrei-o com força, enrolando-me rapidamente no cobertor e me afastando para o canto da cama.
Com os olhos vermelhos de raiva, eu gritei:
— No casamento também existe o crime de estupro! Se você me forçar, eu vou te denunciar. Se não quer acabar com sua reputação, assine logo o acordo de divórcio!
Lúcio me encarou com um olhar feroz, como um lobo prestes a devorar sua presa. Ele estava tão furioso que acabou rindo de raiva:
— Muito bem, Daisy. Você está dizendo isso agora. Só não venha se arrepender depois!
Depois de dizer isso, ele saiu da cama abruptamente, vestiu as roupas de qualquer jeito e saiu batendo a porta.
Eu continuei encolhida no canto da cama, tremendo sem parar. Só de lembrar o que ele havia feito, senti uma náusea terrível.
Meu estômago revirou, e, de repente, corri para o banheiro, segurando a boca com as mãos. Ajoelhei-me ao lado do vaso sanitário e vomitei violentamente.
No entanto, percebi que não havia quase nada para sair.
Minha empregada, Liliane, ouviu os barulhos da discussão e veio correndo. Quando entrou, me encontrou vomitando. Ela me entregou um copo d'água e, enquanto suspirava por mais uma briga entre mim e Lúcio, perguntou com preocupação:
— Senhora, será que você está grávida?
Acabei de enxaguar a boca quando ouvi aquilo. Fiquei paralisada, com o coração disparado. De repente, lembrei-me de que, na vida passada, um mês depois do meu aniversário, descobri que estava grávida de mais de duas semanas. Mas, no final, não consegui manter o bebê. Talvez fosse o destino.
Fazendo as contas, percebi que ainda não poderia estar grávida. Mas, mesmo assim, senti uma ansiedade tomar conta de mim. A ideia de estar grávida me apavorava.
Usei o pretexto de que meu estômago estava apenas sensível ultimamente para acalmar Liliane e me deitei na cama. Mas não consegui dormir a noite inteira.
Na manhã seguinte, fui diretamente comprar um teste de gravidez. Esperei ansiosamente pelo resultado e, quando ele finalmente apareceu, vi apenas uma linha. Suspirei de alívio e pensei:
“Ainda bem que não estou grávida. Porque, se estivesse, seria uma situação ainda mais complicada.”
Eu precisava me divorciar o mais rápido possível. Um bebê não deveria nascer em uma família como essa. Ele nunca seria feliz. Além disso, eu também não queria ter um filho de Lúcio.
Enquanto me perdia em pensamentos, ouvi o barulho da porta se abrindo. Yarin entrou no quarto e, com um único olhar, viu o teste de gravidez na minha mão.
Voltei à realidade imediatamente, joguei o teste no lixo e fui lavar as mãos.
Yarin olhou para mim, surpresa:
— Irmã, você está grávida? Lúcio já sabe?
Ocultei as emoções que surgiram em meus olhos e respondi de forma vaga:
— Ainda é cedo para falar sobre isso.
Assim que terminei de falar, percebi a expressão de Yarin mudar por um instante. Mas não escapou do meu olhar atento.
Saí do quarto e pedi a Liliane que preparasse um suco. Depois, sentei-me com Yarin na sala de estar.
Era desconcertante imaginar que, por trás da aparência frágil e adorável de Yarin, escondia-se uma pessoa tão repugnante.
Yarin foi a primeira a falar. O cheiro forte de café em sua respiração invadiu o ambiente enquanto ela dizia:
— Irmã, você precisa contar logo ao Lúcio sobre esse bebê. Não pode adiar. Ele já me disse antes que ainda se sente jovem e não está pronto para ter filhos. Como a gravidez ainda está no início, vocês podem discutir se vão manter ou não o bebê. Porque, quando o tempo passar e a barriga crescer, será tarde demais. Nenhuma criança que nasce sem a bênção dos pais será feliz.