O sorriso caloroso demais da minha mãe me deixou com a sensação de que algo estava errado.
Caio, por outro lado, manteve a calma e respondeu:
— Somos vizinhos. Ajudar um ao outro é natural. Não precisa ser tão formal.
Eu rapidamente percebi que o clima estava ficando estranho e tentei escapar, mas minha mãe foi mais rápida. Ela me puxou para um canto e, abaixando a voz, perguntou com seriedade:
— Me diz a verdade, o que está acontecendo entre vocês dois?
Suspirei, já imaginando onde essa conversa iria parar.
— Mãe, o que você está falando? Já explicamos que somos apenas amigos.
Minha mãe imediatamente balançou a cabeça, rejeitando minha resposta:
— Não é possível! Eu sou mais velha e já passei por isso. O jeito como o Caio olha para você não é normal. Pode ser que agora não tenha nada, mas quem garante que no futuro não vai ter?
Revirei os olhos, sem acreditar no que estava ouvindo.
— Mãe, o Caio tem um olhar intenso por natureza. Ele poderia olhar para um cachorro e parecer apaixonado