LUIZ
A dor que eu sentia ao ver Alex destruído pelo luto era insuportável. Mas o alívio que senti ao ver Merlya viva, apoiada contra a parede de metal enferrujado, superava tudo. Ela estava suja, machucada e exausta, mas estava inteira.
A leveza do meu carro contrastava com o peso da minha missão. Levei Merlya para um apartamento de segurança que eu mantinha para emergências médicas — um local discreto e longe dos bairros de Natália.
— Eu não podia ter voltado para a casa dos nossos pais. Natália está me observando — Merlya disse, enquanto eu limpava os cortes em seu rosto e braços.
— Ela sabe que você viu o homem que a sequestrou, Lya. Ela está no auge da paranoia agora — eu respondi, olhando para ela com admiração e horror. — Você precisa se curar das lesões que aquele monstro te fez. E se curar para a guerra.
Merlya passou a primeira semana se recuperando, comendo e dormindo. O corpo dela, apesar de cinco meses de confinamento, respondeu rapidamente graças à disciplina de Alex. A