MERLYA
A noite de terça-feira chegou como um veredito. O barulho do motor do carro de César se distanciando era o meu sino de largada. Eu tinha uma janela de seis horas. Se eu falhasse, ele voltaria, e Natália teria certeza de que eu nunca mais tentaria.
Meus músculos estavam tensos. Nos últimos dias, fiz exercícios intensos, imaginando Alex me instruindo, garantindo que a atrofia não me traísse agora. Eu precisava de cada fibra muscular para ser a mais silenciosa possível.
Levantei-me do colchão. Com o pedaço de metal afiado, abri a portinha de inspeção pela última vez. O ar frio e o cheiro de metal enferrujado do eixo de serviço me atingiram. Deslizei para dentro.
A Escada Silenciosa
O espaço era opressor, mas a visão da escada de metal em espiral era um farol. A 'Rota de Cima' era o caminho mais rápido para o telhado e, esperançosamente, para a rua.
Comecei a subir. Cada degrau era um inimigo. O metal antigo gemia sob meu peso, e o som reverberava no poço de ar. Eu subia devagar, a