O caminho até a casa de José parecia curto e longo ao mesmo tempo. Meu coração batia acelerado, não pelo medo de José, mas pelo respeito que eu tinha por ele — e pela consciência do que estava prestes a fazer. Aurora confiava em mim, e eu não podia falhar.
Entrei na sala e encontrei José sentado atrás da mesa, o olhar sério, mãos cruzadas. Um homem de presença imponente, que carregava autoridade e firmeza no corpo e na postura. Senti a tensão no ar, como se cada movimento fosse calculado, testando limites.
— José — cumprimentei, firme, apertando a mão dele com convicção. — Precisamos conversar.
Ele me olhou de cima a baixo, avaliando, medindo cada gesto meu. — Antônio Marco… Já ouvi coisas. Mas fala logo. O que quer me dizer?
Respirei fundo. — Eu amo sua filha, José. E sei que isso não é apenas uma paixão momentânea. Eu quero estar ao lado dela, protegê-la, respeitá-la e fazer tudo que estiver ao meu alcance para vê-la feliz.
José inclinou-se para trás, cruzando os braços so