Capítulo 32 — “Alguns verões não aquecem a pele, mas reacendem a alma.”
Maeve Jhosef
Meses haviam passado desde que li a carta.
Meses em que algo dentro de mim se reorganizou em silêncio, como a mobília de uma casa que, depois da tempestade, precisa reencontrar seu lugar. Os cantos ainda doíam, as lembranças continuavam a existir — não há como arrancar o amor da carne sem deixar cicatrizes —, mas agora havia também espaço para respirar.
E nesse espaço, a vida começou a acontecer de novo.
A expansão da Jhosef Industries para Seatlan tomava forma. O projeto que antes era apenas uma ambição no papel agora se erguia como um marco do que fomos capazes de construir, mesmo com as ausências. E talvez por isso, mamãe insistiu que deveríamos comemorar. “É o início de uma nova era”, disse ela, com aquele brilho nos olhos que sempre me fez acreditar que tudo era possível.
Planejamos uma festa de verão.
Na casa dos meus pais, com vista para o lago e piscina de borda infinita. Um cenário quase cine