Capítulo 31 — “Às vezes, a intimidade mais profunda mora no silêncio entre dois corpos que apenas se permitem estar.”
Maeve Jhosef
Acordei com a estranha sensação de que algo dentro de mim havia mudado. Não como uma ruptura, mas como uma rachadura sutil, onde a luz começa a entrar devagar, sem pedir permissão.
A claridade da manhã se infiltrava pelas frestas da cortina de linho, tingindo o quarto com tons dourados e suaves. Por um instante, fiquei deitada, imóvel, sem coragem de mexer o corpo, como se qualquer movimento pudesse espantar o que havia de sagrado naquela cena.
Isaac estava ao meu lado.
Dormia profundamente, o peito subindo e descendo num ritmo tranquilo que contrastava com o turbilhão que se espalhava em meu peito. O lençol subia até sua cintura, e a camisa social que ele usava na noite anterior ainda cobria parte do seu torso. Eu, por minha vez, continuava com o vestido, amassado pelas horas e pelos sonhos — ou pela ausência deles.
Não houve sexo.
Nem pressa. Nem promes