Capítulo 33 — “Algumas histórias são escritas na pele para que não se percam no tempo.”
Maeve Jhosef
A festa havia ganhado vida como a própria estação prometia.
O som dos risos misturava-se ao toque suave da música que ecoava do sistema de som da casa. Crianças corriam pelo gramado com os pés molhados, adultos equilibravam taças de vinho como se a alegria fosse frágil demais para ser derramada. Era uma celebração em sua essência mais pura — leve, solar, quase mágica.
E mesmo assim, ele continuava ali, à margem.
Isaac observava como quem não sabe se pertence ou se apenas foi convidado pela insistência da vida. Seus olhos varriam o cenário com uma distância quase melancólica, como se cada som alto o fizesse se recolher mais um centímetro por dentro.
Aproximei-me devagar, com um copo de limonada entre os dedos, tentando não parecer que o observava há minutos demais.
—Você vai mesmo passar a festa toda vestido como se fosse o responsável pelo evento? — brinquei, encostando ao lado dele n