Acordei no meio da madrugada com uma dor estranha, aguda, que começava no estômago e se espalhava pelo corpo. Era uma queimação que subia até a garganta e fazia minha cabeça latejar. Senti um enjoo forte, e o quarto girava.
Tentei me levantar, mas minhas pernas tremiam.
— Pai… — chamei, com a voz fraca.
Ouvi passos apressados e, segundos depois, meu pai apareceu na porta. O rosto ainda sonolento se transformou em puro desespero ao me ver encolhida na cama, suando frio.
Minha mãe, Mariana, veio logo atrás, ajeitando o robe às pressas.
— Isa, o que aconteceu, filha? — ajoelhou-se ao meu lado. — Onde dói?
— Meu estômago, mãe… queima… — consegui dizer, a voz embargada.
Ela tocou minha testa e arregalou os olhos.
— Roberto, está queimando! Pega o termômetro, rápido.
Meu pai obedeceu, nervoso, tropeçando nos próprios pés. Quando o termômetro apitou, o número brilhou como um alerta: 39,8°C.
— Quase quarenta graus, meu Deus… — murmurou minha mãe, tentando manter a calma. — Vamos, Isa. Levanta