Acordei cedo, antes mesmo de o sol entrar totalmente pela janela. O quarto ainda estava silencioso, com o soro pingando ritmado ao meu lado.
Levantei devagar, sentindo o corpo pesado da medicação. Uma enfermeira entrou com passos leves, sorrindo.
— Bom dia, Isa. Preparada para o exame? — perguntou, verificando a pulseira do meu braço. — Vamos te levar para a sala de endoscopia. Não se preocupe, tudo será rápido e seguro.
Assenti, tentando disfarçar a ansiedade. Caminhar até a cadeira de rodas foi tranquilo. O corredor parecia mais longo do que realmente era, e eu sentia cada passo ecoando na minha cabeça. O coração batia mais rápido, mas, estranhamente, não de medo — mais de expectativa.
Chegamos à sala de preparo. As luzes eram brancas, fortes, e havia aquele cheiro característico de antisséptico. A enfermeira explicou cada passo: eu precisaria usar uma touca, roupas descartáveis, e, antes de tudo, limpar a boca com um antisséptico. Ela me deu um pequeno copo com líquido amargo que e