Ariana respirou fundo, afastando a lembrança antes que ela a destruísse ali mesmo.
— Você tá bem, minha filha? — perguntou dona Iracema, tocando seu braço.
Ariana sorriu com esforço, piscou — uma, duas vezes — tentando afastar da mente a imagem de Eduardo no batente da janela, o rosto adolescente dele iluminado pelo fim da tarde, o coração dos dois batendo no mesmo ritmo.
Algumas lembranças eram como a maré:
iam, vinham e te puxavam pelos tornozelos sem pedir permissão.
Ela respirou fundo, agradeceu a dona Iracema, deu um abraço apertado e com um sorriso que escondia metade do que sentia e saiu. O caminho de volta até a pousada pareceu mais longo, embora soubesse que eram uns dez minutos no máximo.
O rio cantava.
Mas aquele canto que antes sempre a acalmava… agora só fazia ecoar memórias demais.
Quando entrou na pousada, Amanda lançou um olhar que gritava “tenho fofocas para gerar”, mas Ariana sequer diminuiu o passo. Subiu direto.
No quarto, Lívia estava sentada de pernas cruzadas, m