O sol já tinha ganho coragem quando a equipe começou a montar o equipamento no deque de madeira. Ariana ajustava o microfone de lapela enquanto Samuel conferia o enquadramento na câmera.
— Se eu respirar errado, você briga comigo? — ele perguntou, com aquele meio-sorriso que sempre ameaçava desestabilizar o autocontrole dela.
— Depende — Ariana respondeu, tentando soar técnica, profissional e totalmente imune. — Se atrapalhar o áudio, sim.
Samuel riu baixinho.
Aquele riso que vibrava perto demais.
Por algum motivo, trabalhar ao lado dele naquele dia parecia… diferente. Como se tudo tivesse uma camada suave de eletricidade.
Eles passaram a manhã gravando entrevistas rápidas com moradores. Caminhavam juntos de uma casa à outra, compartilhando garrafinhas de água, dividindo comentários, trocando olhares que duravam um segundo a mais do que o necessário.
A equipe montava a tomada do último set do dia no pequeno deque de madeira que avançava sobre o rio. O sol espelhado na água criava uma