Ariana passou o resto da manhã encarando a tela do notebook sem realmente enxergar nada. As notificações da agência pipocavam, o roteiro da campanha estava aberto, mas sua mente estava a milhares de quilômetros dali, exatamente onde ela não queria estar.Carapá.Só de pensar no nome, algo dentro dela se revirava.Não era medo.Não era saudade.Era… tudo misturado. Um sentimento antigo, quase esquecido, que voltava com a força de uma enchente de rio.Tentou trabalhar.Mas as lembranças vinham como flashes.A rua de barro onde cresceu...O cheiro forte de andiroba sendo extraída nos fundos das casas...As tardes na beira do rio, com o pé na água…E ele.Sempre ele.Eduardo correndo na frente dela, virando-se para gritar:— Anda logo, Ari! Você é muito lenta!Ela, magrela, tímida, rindo de nervoso enquanto tentava acompanhá-lo.Piscou forte.A imagem sumiu.Ou melhor, se escondeu, como fazia há anos.Ariana fechou o notebook com força, pensou, preciso correr, se vestiu o foi sentir a bri
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