O amanhecer chegou banhado por uma luz dourada, mas a atmosfera na alcateia Sombra Azul ainda era pesada como a bruma que se arrastava entre as árvores. Havia um silêncio estranho, como se o mundo aguardasse, contido, por algo que não tinha nome, mas era pressentido por todos.
Eyla observava a floresta da sacada da antiga torre de vigília. Seus olhos, agora marcados por um brilho violeta profundo, captavam nuances antes invisíveis. Desde sua transformação, tudo parecia diferente: os sons mais vivos, os aromas mais complexos, e principalmente, a presença constante de algo que se movia pelas bordas do mundo conhecido.
Adrian, que a observava à distância, se aproximou em silêncio, envolvendo-a pelos ombros com uma manta. O toque dele ainda fazia o coração dela disparar, mas mesmo entre esse calor, Eyla não conseguia afastar a sensação de que estavam sendo observados.
— Você sente isso também? — ela perguntou, a voz baixa.
Adrian assentiu, seu olhar se perdendo no horizonte. — As matas es