42. O mapa dos fantasmas e a prisão dourada
A poeira do galpão abandonado assentava-se sobre Leonardo como um sudário, mas em suas mãos, o diário de Lorenzo Bellini era uma chama viva. Cada página virada, cada linha desbotada pela tinta do tempo, era um grito silenciado, uma peça do quebra-cabeça de sua vida que finalmente começava a se encaixar. A genialidade de seu avô, suas invenções, seus sonhos de construir um futuro na nova terra, tudo esmagado pela ganância de Antonio Costello e pela traição covarde de Lorenzo Rossi. E ali, em meio a diagramas de mecanismos de segurança e anotações financeiras, a revelação que fizera seu coração parar no cofre do banco: a menção ao "Deposito Fiduciae", o verdadeiro repositório da fortuna e dos segredos de Bellini, um lugar descrito com coordenadas enigmáticas e referências a marcos que apenas alguém com um conhecimento íntimo da história da cidade – ou da história das famílias envolvidas – poderia decifrar.
Leonardo estava ferido, exausto, e agora, oficialmente, um fantasma. A notícia de