109. A gaiola da serpente e o despertar da leoa
O silêncio no comunicador de Leonardo, na vastidão gelada da Sibéria, foi a confirmação do inferno. A voz de Beatriz, cortada em meio a um grito de alerta, a menção a Viviana, à mãe de Sabrina… A farsa siberiana, a caçada a Rocco, tudo se desfez como fumaça, revelando a arquitetura cruel e brilhante da verdadeira armadilha. Viviana não o queria na Sibéria; queria-o o mais longe possível do verdadeiro prêmio, do verdadeiro alvo: Sabrina. E sua mãe, Eleonora.
"Ela me usou," Leonardo sussurrou, a voz um rosnado baixo, uma fúria tão intensa que o ar ao seu redor pareceu vibrar. Ele, o mestre estrategista, o arquiteto de planos complexos, fora manipulado como um peão. A dor de seus ferimentos não era nada comparada à agonia daquela percepção, à imagem de Sabrina caminhando para uma armadilha que ele, inadvertidamente, ajudara a construir. "Ela usou meu amor por Sabrina contra mim." Dmitri e Kenji, seus companheiros dos Guardiões, olharam para ele, vendo não mais o comandante frio, mas um h