Helena saiu do hospital com passos rápidos, o rosto rígido e o coração batendo num ritmo frenético. Ela tentava controlar a respiração, mas a cena ainda queimava na mente — Daniel beijando Júlia como se ela fosse dele, como se aquele amor tivesse sido construído às custas dela e de Caio.
Isso não vai ficar assim.
Não vai.
Do lado de fora, encostou-se na parede e fechou os olhos, inspirando fundo. Já sabia exatamente o que precisava fazer. Sempre soube manipular ambientes, emoções, pessoas. Sabia agir nas sombras. Sabia como fazer as pessoas caírem onde ela queria.
E agora… ela só precisava do movimento certo.
Enquanto isso, Daniel entrava no quarto com Júlia, ajudando-a a se sentar na cama.
— Você andou muito — ele disse, tocando de leve o rosto dela. — Só mais um pouco e você vai estar pronta para receber alta.
— Eu quero ir com você — ela repetiu, pela terceira vez desde o beijo no corredor. — Quero sair daqui. Quero ficar perto de você… sem medo.
Sem ninguém para atrapalhar — era o