O clima do hospital parecia mais carregado naquela tarde. Júlia já conseguia andar com cuidado, apoiada no braço de Daniel enquanto dava seus primeiros passos fora do quarto. A sensação de liberdade era quase estranha — o corredor branco, o cheiro suave de antisséptico, a enfermeira sorrindo discretamente ao vê-los lado a lado.
Mas o que realmente deixava Júlia acelerada…
não eram os passos em si.
Era a forma como Daniel a segurava.
Firme.
Atento.
Como se ela fosse algo precioso.
Era a sensação de estar próxima demais dele.
O calor do corpo dele.
O perfume suave misturado ao cheiro da roupa.
Tudo isso era suficiente para deixá-la com a respiração um pouco irregular.
E Daniel percebia.
Claro que percebia.
Mas ele também tentava se controlar.
Tentava — sem muito sucesso — agir como se não sentisse aquela tensão elétrica crescendo entre eles a cada centímetro de proximidade.
— Está tudo bem? — ele perguntou, quando ela parou para respirar.
— Está… — respondeu, olhando para cima. — Só… vo