A noite chega devagar, O dia foi longo. Intenso. Emocionalmente exaustivo. Marco foi embora, o plano começou a funcionar e Rigel… bom, Rigel está nas nuvens com a ideia de ter “um amigo da mamãe” morando com a gente. E eu? Eu ainda estou tentando entender como segurar tudo isso sem deixar cair.

Depois do jantar simples — pão na chapa e leite com chocolate —, levo Rigel pro banho. Ele fala sem parar, empolgado, contando sobre o Samuel como se fossem amigos de infância. Me pede pra deixar ele mostrar os brinquedos depois, me pergunta se pode fazer panqueca com ele no café da manhã. Meu coração se aperta e se aquece ao mesmo tempo.

— Vai com calma, filho — digo, rindo. — Ele vai ficar aqui por um tempo, vocês vão ter muitos dias pra brincar.

— Oba!

Depois de limpo e já de pijama, ele se joga na cama e me chama pra contar história. Escolhe um livro de dinossauros. Leio com a voz mansa, pausada, até os olhos dele começarem a pesar.

Quando termino a última frase, ele vira pro lado e segura