Volto a entrar silenciosamente pelo corredor, os passos leves ecoando no piso frio. A porta do quarto de Wick está entreaberta, e a luz alaranjada da tarde invade tudo, revelando o lençol manchado da manhã e o travesseiro amassado. Ele está sentado na cama, apoiado em várias almofadas, o braço enfaixado repousando sobre o peito. Os olhos dele estão abertos, ainda turvos pela febre, mas fixos em mim.
Sento na beirada da cama, o coração apertado ao vê-lo acordado. Ele permanece em silêncio por um instante, como se reunisse forças para falar. Finalmente, ergue a mão debilitada, tateando o curativo.
— Obrigado por cuidar de mim — diz Wick, a voz rouca, frágil. — Sei que não tinha obrigação.
Engulo em seco. Meu peito aperta.
— Não precisa agradecer — respondo, desviando o olhar para o cobertor amarrotado.
Ele abaixa a cabeça, pensativo, depois ergue o rosto:
— Preciso sim. Você não tinha obrigação nenhuma de fazer isso. Eu não... nem sei por que está aqui.
Sinto um nó na garganta. Tento ma