Martha
Ao desligar, Martha permaneceu alguns segundos imóvel, encarando o telefone em sua mão. Roger, sentado no sofá com o jornal aberto, ergueu o olhar tranquilo para ela. O silêncio da esposa e o tom carregado da conversa não lhe passaram despercebidos.
— O John voltou? — perguntou, em sua voz calma.
Martha largou o aparelho sobre a mesa, suspirando fundo.
— Voltou! — respondeu com irritação. — E sequer se deu ao trabalho de me ligar. Roger, não vê? Aquela mulherzinha está afastando nosso filho de nós!
Roger dobrou o jornal, sem pressa.
— Querida, você sabe tão bem quanto eu que ninguém manipula John. Se ele está com ela, é porque… talvez realmente a ame.
— Pare com isso! — Martha rebateu, a voz aguda. — John não é nenhum adolescente para se apaixonar assim, de repente.
Roger soltou um leve suspiro, optando por não prolongar a discussão. Abriu novamente o jornal, afundando-se na leitura.
Mas Martha não conseguia relaxar. Caminhava de um lado a outro da sala, sentindo a inquietação