LEON
Ela virou as costas.
E dançou.
Sozinha.
Linda.
Intocável.
Como se não tivesse acabado de cortar dois homens ao meio com meia dúzia de palavras e um sorriso que parecia moldado pra provocar incêndios.
Leon não moveu um músculo.
Mas por dentro…
tudo queimava.
Ele nunca foi rejeitado.
Não assim.
Não com elegância, com domínio, com superioridade feminina que não pedia permissão — dava as ordens.
Eduardo já tinha sumido entre a multidão, provavelmente engolindo o próprio orgulho.
Mas Leon ficou.
Ficou assistindo.
Ficou gravando cada movimento de Clara.
A curva do quadril.
A risada contida.
O jeito como ela olhava por cima do ombro, sabendo que ele ainda estava lá.
Ela não foi conquistada.
Ela foi declarada inalcançável.
E agora, ele precisava mais do que nunca tê-la.
Não só no corpo.
Na mente.
Na sala dele.
Na cama dele.
Na porra da alma dele.
Ele respirou fundo.
Guardou o copo vazio.
E saiu do salão sem olhar pra trás.
Mas por dentro…
Já estava arquitetando o próximo movimento.
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CLA