O apartamento estava em silêncio.
Sabrina e Talita ainda dormiam largadas na sala, uma com travesseiro na cara e a outra abraçada numa almofada como se fosse um ex que voltou só pra se desculpar.
Vic não tinha voltado.
E Clara?
Já estava de pé.
Acordou às 5h45.
Quinze minutos mais tarde que o normal — o preço de dormir às 2 da manhã com o coração ainda disparado pela batalha no Bronx Club.
Mas ela levantou.
Tomou água.
Colocou a roupa de guerra.
Bermuda fly preta.
Top vinho.
Tênis de corrida.
Cabelo em rabo de cavalo firme.
Fones no ouvido.
Respiração calculada.
Corpo pronto.
Às 6h02, já estava correndo pelas ruas frias do Brooklyn rumo à Manhattan.
O vento batia seco.
O ar gelado acordava cada célula.
Correr era limpeza mental.
Era domínio interno.
Era dizer pro corpo que ela mandava, e não o contrário.
E então, sem pensar, ela desviou o caminho.
Um instinto. Um impulso.
Quando percebeu, já estava parada…
em frente à Vellamo Tower.
O arranha-céu imenso, preto, com linhas de aço e vid