Nova Iorque – 19h04
A sede da Vellamo estava em silêncio. Um silêncio mentiroso, daqueles que só precedem tempestade ou gemido abafado em porta de vidro.
No nono andar, o grupo que segurou o império em pé com unhas, dossiês e ironia… finalmente respirava.
Vic estava de robe, sentado na copa com os pés numa cadeira, abrindo uma garrafa de espumante com técnica e ódio.
— “Eu só quero dizer que, se alguém não transar essa noite, essa operação não valeu de nada.”
Sabrina, arrumando uma bandeja de queijos:
— “Vic, você tá flertando com o vinho ou com o estagiário novo?”
— “Com os dois. Eu sou multitarefa.”
—
No corredor ao lado, Talita fechava a porta da sala de arquivos. E quase deu de cara com Miguel.
Literalmente.
Ele estava com a gravata meio solta, camisa pra fora da calça e o mesmo olhar de quem ri do mundo, mas queria só… parar um pouco.
— “Você tá bem?” — ela perguntou.
— “Você viu a mulher que eu ajudei a tornar símbolo de justiça internacional? Eu tô ótimo. Mas… cansado.”
Ela cru