O quarto ainda estava impregnado do cheiro deles. Dos gemidos abafados. Da loucura que foi o corpo de um possuindo o outro como se o mundo lá fora estivesse prestes a explodir.
Clara acordou sozinha, envolta nos lençóis amarrotados. O sol de Dubai já invadia o quarto, com aquele calor insolente que parecia lembrar: tudo aqui é ardente. Inclusive decisões.
Ela se espreguiçou devagar, cada músculo gritando pela intensidade da madrugada passada. Mas antes que conseguisse levantar da cama, o celular vibrou no criado-mudo.
Notificação de mensagem. Número internacional.
Gianluca Renaldi.
“Bom dia, Clara. Preciso saber se você e sua amiga vão aceitar o convite para ficar mais dois dias. As vagas na palestra são extremamente limitadas e, sinceramente, eu adoraria poder contar com a presença de duas mentes tão brilhantes. Mas… não poderei segurar por muito tempo.”
O coração dela acelerou.
Não porque estava empolgada com o convite.
Mas porque, ao ler, sentiu o peso exato de uma escolha.
Na teor