A água da banheira já estava morna demais quando Clara se afastou suavemente do peito de Léo. Sentou-se de frente pra ele, os joelhos dobrados entre os corpos, e observou os olhos ainda meio perdidos — como se ele estivesse longe, mesmo nu e dentro d’água com ela.
Ela passou os dedos devagar pelo peito dele, arranhando de leve.
— E então… vai me contar sobre a reunião? — perguntou, a voz ainda rouca de prazer, mas agora tingida de curiosidade.
Léo piscou lentamente. Respirou fundo. Passou a mão no rosto como se quisesse afastar o peso da noite.
— Não é algo que você precise se preocupar — disse, seco.
Clara franziu o cenho, mas manteve a leveza no olhar.
— Você tá me fodendo há dois dias e ainda acha que pode separar o seu mundo do meu?
Ele deu um meio sorriso torto. Aquela mulher era uma mistura perigosa de razão e tentação.
— Não é isso. É que tem coisa demais em jogo. E não é só trabalho. É família.
— Família ou guerra?
Silêncio.
Clara se inclinou, apoiando os cotovelos nos joelhos