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A menina ri. Ela ainda é um bebê, mas já anda e já fala. E é tão fofa que eu tenho vontade de enchê-la de beijos. Eu retribuo seu sorriso, enquanto levo o pedaço delicioso de pão com queijo a boca. Abaixo de mim, a omelete fumacenta exala um perfume acolhedor, e o chá parece tão verde e apetitoso.
— Está muito frio lá fora — o homem diz. — O que faz sozinha na estrada?
Dou os ombros. Francamente, não sei como responder.
— Você gosta de crianças? — ele indaga, enquanto me observa interagindo com sua filha.
— Eu sou solteira mais velha da comunidade, então eu que cuido das crianças para as mulheres casadas irem trabalhar fora — conto.
Ele me dá um olhar penetrante, como se algo estivesse se passando em sua mente.
— Você fugiu da comunidade? — ele pergunta, e é tão sério que uma parte de mim busca as mentiras montadas na minha mente, mas elas não exalam dos meus lábios. Diante do meu silêncio, ele prossegue. — Você é só uma menina. Que idade tem?
— Dezenove.
Ele pareceu não acreditar