— Falei com o médico. Os exames saíram, e você não sofreu nenhuma lesão grave — Levi disse, sentando-se na cama do hospital. — Ele vai vir conversar com você em breve.
Assenti. Apesar dos ferimentos superficiais, eu sabia que havia outros bem profundos que não seriam encontrados por exames laboratoriais.
— Como se sente? — Levi indagou.
Sorri, triste.
— Meu pai tentou me salvar — contei a ele. — Ele cortou minhas cordas — ergui meus punhos machucados. — E tentou me ajudar a sair.
Uma parte de mim estava tão agradecida. Eu nem entendo por quê. Era dever dele me proteger e me amar e ele foi tão relapso com esse dever por tantos anos. Ele não me olhava. Não me protegia. Não impedia que o mal me acontecesse.
E ele nem me ajudou por mim. Era só um acaso.
— Foram todos presos, incluindo seus pais — Levi me contou. — O corpo e delito vai provar as agressões. Quando a polícia chegou, sua mãe estava preparando chás abortivos...
— Sim — assenti. — Eles queriam me forçar a tomar.
Levi se curvou