De repente, o sucesso parecia ter um gosto amargo para Jéssica. Os últimos dias haviam sido uma avalanche de reuniões, decisões e provas de figurino, tudo em prol da festa de gala que se aproximava. Ela sentia o peso da expectativa sobre seus ombros, a pressão de Henry Stevens constante e, acima de tudo, a distância crescente de Leo.
A cada manhã, quando acordava, sentia um aperto no peito ao ver as mensagens curtas de Leo. Ele não perguntava sobre o dia dela, sobre o progresso do software. Apenas "Tudo bem aí?" ou "Se cuida". E ela, em meio ao turbilhão, respondia com a mesma brevidade, "Sim, tudo bem. Muita coisa por aqui. Beijo". A comunicação, antes a âncora do relacionamento deles, agora parecia um navio à deriva.
A proximidade de Stevens era, para Jéssica, uma fonte constante de desconforto. Ele estava sempre por perto.
Sim, ela sorria. Um sorriso profissional, forçado pela ocasião. Stevens estava sempre insistindo, e ela sabia que recusar seria um tiro no pé para a Áurea. El