O salão do evento estava impecável. Lustres de cristal pendiam do teto como constelações invertidas, refletindo a luz dourada nas paredes de mármore polido. O ambiente exalava sofisticação, mas também carregava algo mais sutil — uma vibração quase sagrada, como se cada canto estivesse prestes a testemunhar algo que ultrapassava o brilho das aparências. Câmeras estavam estrategicamente posicionadas, jornalistas alinhados atrás das cordas de segurança, e uma multidão de convidados se misturava entre empresários, autoridades e anônimos com histórias intensas, todos unidos por um único motivo: celebrar a coragem feminina.
O evento da Fundação Aurora não era apenas uma premiação. Era um rito de passagem. Uma reverência à dor que se transformou em propósito. Era também o ponto de partida para um novo ciclo, onde a vulnerabilidade deixava de ser fraqueza e passava a ser ponte.
Luna estava no quarto ainda, diante do espelho, quando Caio apareceu na porta. Seus olhos brilharam ao vê-la.
— Você