A mansão estava silenciosa, mas não fria. Pela primeira vez em muito tempo, havia vida ali. Plantas novas nos cantos, o som ocasional de talheres sendo guardados com cuidado, uma música instrumental suave fluindo da sala de estar. A presença de Luna preenchia os espaços, como se a casa — antes sombria, cheia de lembranças e cantos abafados — tivesse decidido respirar de novo.
Caio a observava à distância, sentado sob a sombra da varanda principal. Era como ver um pedaço de paz se movendo. Luna se encaixava nos espaços com naturalidade, sem esforço. E não era só a casa que ela restaurava — era ele também. Desde que cortara de vez os laços com Marina, algo dentro dele começara a mudar. A ausência da presença tóxica, da expectativa constante, deixava espaço para outra coisa. Não era exatamente felicidade. Era esperança. E esperança doía. Porque, ao contrário do luto, que paralisa, a esperança te obriga a tentar de novo.
Luna apareceu na porta com duas canecas de chá fumegante, sorrindo c