CAMILA
Havia um vaso de flores na sala quando voltei para dentro da casa. Estava sobre a mesa baixa, ocupando um espaço que antes sempre estivera vazio. Como se tivessem sido colocadas exatamente onde eu não conseguiria ignorá-las.
Lírios brancos.
Havia algo de sereno neles, algo que não pedia atenção, mas exigia presença. Eram delicados sem serem frágeis, simples sem parecerem descuidados. E, de algum jeito estranho, pareciam dizer mais sobre Leonardo do que qualquer palavra que ele já tivesse me dirigido.
Aproximei-me devagar, quase com receio de quebrar o momento. Passei os dedos pelas pétalas frias, sentindo um arrepio subir pelo braço. O cartão ainda estava ali, discreto, apoiado entre as flores.
Peguei-o.
“Estou aqui.”
Nada mais. Não havia explicações, nem perguntas, nem promessas que ele talvez não pudesse cumprir. Apenas aquela frase curta, direta, que pesava mais do que qualquer discurso.
Sentei-me no sofá em frente às flores, o cartão entre os dedos, e fiquei ali por um long