Voltei para o escritório no fim da tarde sem conseguir focar em absolutamente nada. As telas acesas à minha frente mostravam números, contratos, prazos. Tudo o que normalmente me mantinha ancorado.
Nada disso importava naquele momento.
Encostei as costas na cadeira e fechei os olhos.
A imagem dela na sala de estar, o celular ainda na mão, o rosto pálido demais, voltava com uma clareza irritante. Camila era cuidadosa demais com as próprias palavras. Forte demais para dramatizar. Se ela estava abalada daquele jeito, o problema não era pequeno.
E definitivamente não tinha ficado para trás.
desliguei a luz principal, deixando apenas o abajur aceso. O ambiente ficou mais silencioso, mais íntimo — o tipo de silêncio onde decisões importantes costumam nascer.
Peguei o celular, mas não liguei para a segurança da mansão, nem para ninguém que pudesse levantar suspeitas. Disquei um número que eu raramente usava, mas que sempre atendia quando eu precisava que algo fosse feito sem barulho e sem al