(Ponto de vista dela — Aurora)
Eu não conseguia parar de pensar no beijo.
Nem na forma como Ethan me segurou, como se estivesse tentando me marcar, garantir que eu não escaparia dele — ou ele de mim.
Só que, naquela manhã, algo mais importante estava na minha caixa de entrada: um envelope deixado anonimamente no meu escritório.
Sem remetente.
Sem aviso.
Só meu nome escrito à mão.
Quando abri, encontrei documentos antigos da empresa da minha mãe.
E no topo, uma anotação escrita em tinta azul:
“Eles esconderam isso de você.”
Meu coração disparou.
Abri o relatório principal.
Ao ver a primeira página, senti as mãos tremerem.
A assinatura.
A data.
Era um contrato.
Um contrato que transferia parte das ações da empresa da minha mãe para…
meu tio.
Uma transferência feita quando eu tinha apenas 14 anos.
Dias depois da morte dela.
E com uma cláusula absurda:
“A herdeira legal só terá acesso aos bens se considerada emocionalmente estável pela família guardiã.”
Eu senti o es