Elena Moreau
O silêncio após a notícia parecia ter um peso físico, esmagador. Eu só conseguia ouvir o som do meu coração disparado dentro do peito. As palavras ainda ecoavam na minha mente como se não fossem reais: “câncer no fígado”.
Meus lábios se entreabriram, mas nenhum som saiu de imediato. Senti o chão fugir dos meus pés e, instintivamente, levei a mão à boca. Os olhos ardiam, a respiração falhava. Não podia ser verdade. Clóvis… meu irmão, meu parceiro de vida, o homem que tantas vezes segurou minhas mãos quando eu mesma não conseguia seguir em frente.
— Não… não pode ser… — sussurrei, a voz embargada.
Leonhart, ao meu lado, percebeu que minhas pernas vacilavam. Ele me segurou pelos ombros, firme, como quem sustenta alguém prestes a desmoronar. Seus olhos também refletiam dor, mas havia uma serenidade nele que contrastava com meu desespero.
— Elena, respira — pediu baixinho, como se soubesse que eu estava a um fio de colapsar. — Precisamos ser fortes por ele.
Meu olhar se fixou