Clóvis
Depois que ele foi embora, tudo pareceu desacelerar. Meus músculos começaram a doer, como se só então meu corpo tivesse permissão para sentir o peso do que aconteceu. Diego me puxou para o sofá, e só então percebi que eu tremia. Muito. Por dentro e por fora.
Ele pegou minhas mãos entre as dele.
— Ei… olha pra mim — ele sussurrou. — Você foi incrível.
— Eu fui um desastre. — murmurei. — Eu tremia por dentro… minha voz falhou. Eu queria gritar. Queria...
— Mas não gritou. — ele me interrompeu com delicadeza. — Você não desceu ao nível dele. Você se defendeu. Com dignidade. E coragem. Clóvis… você venceu.
Fechei os olhos. Meus dedos se apertaram nos dele.
— Eu só… eu sempre quis que ele me amasse, sabe? Mesmo com todo o ódio. Mesmo com toda a frieza. Parte de mim ainda esperava que, um dia, ele me abraçasse.
Diego encostou a testa na minha.
— E agora?
Suspirei.
— Agora… agora eu acho que finalmente desisti. E tá doendo. Mas também… é como se um peso estivesse se desfazendo. Como s